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quarta-feira, 3 de julho de 2013

RECADO DAS RUAS - por Frei Betto










A
s manifestações de rua no Brasil fundem a cuca de analistas e cientistas políticos. Dirigentes partidários e lideranças políticas se perguntam perplexos: quem lidera, se não estamos lá?
Recordo quando deixei a prisão, em fins de 1973. Ao entrar, quatro anos antes, predominava o movimento estudantil na contestação à ditadura. Ao sair, encontrei um movimento social –Comunidades Eclesiais de Base, oposição sindical, grupos de mães, luta contra a carestia– que me surpreendeu. Do alto de meu vanguardismo elitista fiz a pergunta: como é possível se nós, os líderes, estávamos na cadeia?
Como essa mesma perplexidade Marx encarou a Comuna de Paris, em 1871; a esquerda francesa, o Maio de 1968; e a esquerda mundial, a queda do Muro de Berlim e o esfacelamento da União Soviética, em 1989.
"A vida extrapola o conceito”, já dizia meu confrade Santo Tomás de Aquino, no século 13. Agora, aqui no Brasil, todas as lideranças políticas encaram confusas e despeitadas as recentes manifestações de rua. Com a mesma interrogação invejosa que a esquerda histórica do Brasil mirou o surgimento do PT em 1980: que história é essa de, agora, os proletários quererem ser a vanguarda do proletariado?
Historicamente eram os líderes da esquerda brasileira homens oriundos da classe média (Astrogildo Pereira, Mário Alves e João Amazonas), dos círculos militares (Prestes, Gregório Bezerra, Apolônio de Carvalho) e da intelectualidade (Gorender e Caio Prado Júnior). Marighella foi das raras lideranças provenientes das classes populares.
O recado das ruas é simples: nossos governos se descolaram da base social. Para usar uma categoria marxista, a sociedade política se divorciou da sociedade civil, risco que previ e analisei no livro "A mosca azul – reflexão sobre o poder” (Rocco, 2005).
A sociedade política –executivo, legislativo e judiciário– se convenceu de que representava de fato o povo brasileiro, e mantinha sob seu controle os movimentos de representação da sociedade civil, como ocorre, hoje, com a UNE e a CUT.
Nem só de pão vive o homem, alertou Jesus. Embora 10 anos de governo petista tenham melhorado as condições sociais e econômicas do Brasil, o povo não viu saciada sua fome de beleza – educação, cultura e participação política.

Leia o texto na íntegra em: http://www.adital.com.br

UESB: Obras Literárias do Vestibular 2014










Q
uem está se preparando para concorrer a uma vaga em um dos cursos de graduação da Uesb deve ficar atento a esta novidade: acabam de ser divulgados os títulos das obras literárias que serão cobrados no Vestibular 2014. O conteúdo dos livros será avaliado na prova de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Veja quais são eles:
Clepsidra

Marcado principalmente por poesia abstrata, o livro é um marco na lírica portuguesa. A obra foi publicada por Camilo Pessanha, em 1920, trazendo reflexões acerca da fragilidade da vida e da condição humana. Juntamente com esses temas, estão o receio ou a náusea pela consumação do desejo, a realidade ambígua e a valorização da música.
Sagarana

Primeira obra de Guimarães Rosa a ser publicada em livro, Sagarana reúne contos que começaram a ser escritos em 1937, e vieram a ser publicados em 1946. Com um estilo próprio do autor, o universo do sertão, com seus vaqueiros e jagunços, entram em cena no livro.
TristeFim de Policarpo Quaresma


O romance de Lima Barreto tem como centro um major patriota, cujo idealismo nacionalista acaba sendo alvo de chacotas por todos. Publicado em 1915, a obra retoma o início do período republicano de um Brasil burocrático, que pode facilmente ser associado à face atual do país.

terça-feira, 2 de julho de 2013

[Nelson Mandela] Legendário líder sul-africano é grande amigo de Cuba e de Fidel Castro










E
ntre as poucas coisas positivas que a colonização britânica deixou na África do Sul é que o menino nascido como Rolihlahla Dalibhunga Mandela foi renomeado Nelson por obra e graça de uma mestra inglesa. Havia sido muito difícil pronunciar seu nome e sobrenome familia original da etnia xhoza.

O garoto estudava em tempo integral e foi um dos primeiros advogados negros quando a África do Sul racista não permitia esses luxos, logo reforçado pelo "legal” apartheid imposto pelas autoridades racistas do Partido Nacional.

Inclusive, quando foi preso, onde esteve durante tantos anos, continuou estudando leis à distância, mesmo quando seu discurso já não consistia em códigos legais, mas no apoio à luta do Congresso Nacional Africano (ANC, em inglês) e seu braço armado, Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação).

Na época, ele purgava uma condenação a prisão perpétua, em Robben Island; era o preso número 466/64 que olhava o horizonte, quando o permitiam, nessa prisão mar adentro, a 11 quilômetros da Cidade do Cabo.

Hoje, tem 94 anos e cumprirá 95 (caso resista), no próximo 18 de julho. Desde o dia 8 de junho está internado devido a graves complicações pulmonares e renais. O presidente Jacob Zuma, que suspendeu uma viagem a Moçambique para estar próximo ao enfermo, declarou que a situação é sumamente complicada. Mandela está morrendo e essa circunstância volta a acusar ao ditatorial apartheid contra o qual lutou por toda a sua vida, visto que as enfermidades pulmonares que o atingiram vêm desde seus tempos de preso e nunca foram devidamente atendidas.

O histórico personagem pode morrer a qualquer momento. Será uma grande pena. Por isso, há ainda mais motivos para ressaltar alguns traços daquele que, através de seu exemplo, vai perdurar.

A história completa

Após a libertação de Mandela, em fevereiro de 1990, e com os avanços do ANC rumo ao poder, ganhando as eleições para uma Assembleia Nacional Constituinte, em 1993, e, em seguida, a presidência do país (1994-1999), sua figura subiu para o topo das preferências dos povos.

Nessas condições, até seus inimigos mais pérfidos chegavam a ele para partilhar de suas conquistas, como o último presidente racista , Frederik de Klerk, nominado junto ao ex-preso para receber, em 1993, o Prêmio Nobel da Paz.

Curiosa academia que, quando deve premiar a um revolucionário ou anti-imperialista, o faz colocando ao seu lado um inapresentável. Da mesma maneira aconteceu em 1973 com o presidente vietnamita Le Duc Tho, quando levou consigo o criminoso Henry Kissinger e, anos mais tarde, com Yasser Arafat, distinguido juntamente com Simon Peres e Yitzhak Rabin.

A verdade é que na luta mais dura do ANC e com seus dirigentes presos, em seguida condenados no processo de Rivonia, que acabou levando-os à prisão de Robben Island, a solidariedade com aqueles vinha de Cuba, da URSS, da China e dos países socialistas, dos partidos comunistas e movimentos de libertação do Terceiro Mundo, como o MPLA, de Angola; o Frelimo, de Moçambique; as organizações da Namíbia etc. Do Primeiro e do Segundo Mundo, pouco ou nada... Em 1980, quando o preso número 466/64 levava dezessete anos atrás das grades, a ONU pediu sua libertação.


Texto completo em  http://www.adital.com.br

O que são transtornos do espectro autístico?











O


            O presente texto descreve brevemente quatro transtornos que fazem parte do que é chamado de espectro autístico: autismo, a síndrome de Asperger, a síndrome de Rett e o transtorno desintegrativo da infância.
            As crianças com um desses transtornos apresentam muitas complicações graves, as quais, na maioria dos casos, começam na primeira infância, raramente evoluem de maneira significativa com a idade e são acompanhadas de retardo mental.
            O autismo caracteriza-se por alterações qualitativas das interações sociais, das modalidades da comunicação e do repertório comportamental.
            A síndrome de Asperger assemelha-se ao autismo, mas a sua sintomatologia é restrita; em geral, não há problemas de linguagem, de retardo mental ou dificuldades cognitivas consideráveis.
            A Síndrome de Rett manifesta-se desde a primeira infância por um processo de desintegração, compreendendo alteração significativa das interações sociais, perda parcial ou completa da linguagem, perda do uso normal das mãos e demora do crescimento craniano.
            O transtorno desintegrativo da infância é definido por um período de desenvolvimento normal de pelos menos dois anos, seguido de alteração rápida e drástica das interações sociais, perda da comunicação e comprometimento do comportamento, características semelhantes às do autismo.
            Ainda que inúmeras questões permaneçam em suspenso, o estudo do transtorno invasivo de desenvolvimento obteve progressos notáveis nos últimos anos, tanto na classificação e na descrição detalhada de transtornos quanto no conhecimento de sua epidemiologia, de seus cursos de desenvolvimento e de sua etiologia.

DUMAS, Jean E. Psicopatologia da infância e da adolescência. 3ª ed. Artmed – Porto Alegre, 2011. p.97